COMO ESTÁ A
ARTE HOJE?
Geralmente no início da manhã quando o sol toca a beira da minha xícara de café eu olho atentamente para minha volta, para os papeis colados nas paredes do atelier e questiono com carinho. Por que eu quis tudo isso? Por que arte?
Logo o fio de perguntas simplesmente cresce, o que é tudo isso? Pra quê? Pra quem?
Com todas as possíveis especificações que se desenvolveram no decorrer da história, eu chego a conclusão, simples e quase superficial, de que arte é sobre o sentimento humano, no entanto mais do que isso não é algo de conceito fixo, assim como não me fixo a arte é mutável.
A arte também não é somente uma ferramenta. Não exige objetivo ou propósito. Tão pouco também não é apenas entretenimento ou manifestação da beleza. Arte é reflexo do sentimento humano. A arte é uma condição humana. Sentimento é humano.
A arte não é.
Fixa
A arte está.
Assim como a humanidade está.
Em transmutação.
Por tanto se eu me debruçar a colocar a arte no contexto de ferramenta, me agrada pensar que ela serve como forma de validação do sentimento humano.
Olhando para as minhas paredes ainda com delicadeza, costumo finalizar o dia de trabalho sabendo que venho contando a partir da minha arte a história do meu tempo e não mais com pretenção de me imortalizar. O futuro é sobre aceitar o fim e viver com intencidade o mundo aqui e agora.
Tornar sensorial o sentimento humano.